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  N°3652 (Nova Série), Terça-Feira, 11 de Janeiro de 2011
COLÓQUIO DA LUSOFONIA AGENDADO PARA ABRIL
Debater a língua portuguesa em Macau

De 11 a 15 de Abril estudiosos de várias latitudes vão debater em Macau a Língua Portuguesa e as suas variantes no mundo. Entre as cerca de 50 candidaturas já aceites para o 15º Colóquio da Lusofonia está uma homenagem a Henrique de Senna Fernandes. Ao mesmo tempo realiza-se o 6º Encontro Açoriano da Lusofonia, que este ano tem como convidado o escritor Vasco Pereira da Costa

fátima almeida

A Lusofonia vai estar em debate em Macau pela voz de estudiosos de diferentes países que se debruçam sobre a Língua Portuguesa. De 11 a 15 de Abril, durante o 15º Colóquio da Lusofonia, que decorrerá no Instituto Politécnico de Macau, os participantes vão lutar para que se mantenham vivas as páginas escritas por autores lusófonos, olhar para o Estado da Lusofonia e abordar questões relacionadas com a tradução. Para o final do evento, fica reservado o debate de ideias para continuar a dinamizar o projecto.
No primeiro tema “Homenagem Contra o Esquecimento” estão previstas intervenções sobre escritores de Macau que já desapareceram, mas que continuam a fazer parte do quotidiano da cidade através das suas obras, como é exemplo Henrique de Senna Fernandes (1923-2010). Além do autor de “Amor e Dedinhos de Pé” serão ainda recordados entre outros Deolinda da Conceição (1914-1957), Graciete Batalha (1925-1992) e Adé dos Santos Ferreira (1919-1993).
Neste capítulo, o escritor convidado, o açoriano Vasco Pereira da Costa, através da comunicação “Açores Distância e Rostos na Literatura Portuguesa”, falará também de outros autores lusófonos. Estas sessões decorrerão na tarde do dia 14, segundo o plano disponível no endereço electrónico do evento.
No 1º dia de debate, 12 de Abril, participarão os dois patronos convidados. João Malaca Casteleiro, catedrático do Departamento de Linguística da Universidade de Lisboa, olhará para os 28 anos de labuta pelo ensino de Português em Macau e na China levados a cabo pela Academia de Ciência de Lisboa, instituição da qual faz parte. A apresentação do também professor visitante da Universidade de Macau centra-se no sub-tema “Língua Portuguesa como língua segunda e como língua estrangeira”, incluído na temática o “Estado da Lusofonia”. É no âmbito deste tema que também falará o outro patrono convidado, Evanildo Cavalcante Bechara colocando também a tónica no acordo ortográfico. O docente da Academia Brasileira de Letras abordará questões relativas ao 2º Protocolo Modificativo do Acordo Ortográfico de 1990.
Num plano geral, a temática “O Estado da Lusofonia” vai recuar às raízes lusas, traçar a situação do uso da língua portuguesa no mundo, bem como da literatura escrita em português.
AÇORIANOS EM MACAU. Como ao mesmo tempo se realiza o 6º Encontro Açoriano da Lusofonia, na sessão da manhã, depois da cerimónia de abertura está prevista uma apresentação sobre o Cancioneiro Açoriano. Através da temática “Macau e a Lusofonia” – falar-se-á dos Açorianos em Macau, como os bispos daquele arquipélago ligados à Diocese do território, como D. Arquimínio Rodrigues da Costa ou D. José da Costa Nunes.
João Paulino de Azevedo e Castro, José Machado Lourenço, Silveira Machado e Fernando Gomes, do Restaurante “o Fernando”, são outros nomes açorianos destacados. A presença chinesa e macaense nos Açores também entrará no debate.
A tradução de autores portugueses no mundo bem como os tradutores chineses e os autores que assentam no papel as histórias na língua de Camões serão outros temas previstos. Neste capítulo também entrarão a cultura e as tecnologias ligadas à tradução. Para o último dia, 15 de Abril, está desenhada a discussão de ideias para dinamizar projectos no âmbito do Colóquio, como o Museu da Língua/Museu Virtual da Lusofonia.
Já com cerca de 50 oradores aceites, após a primeira fase de candidaturas (aberta a não residentes em Macau), a 15ª edição do colóquio apresentará estudiosos da língua portuguesa ligados a instituições de países como Portugal, Brasil, Malásia, Bulgária ou Finlândia.
Olhando para os títulos das apresentações seleccionadas vemos a Lusofonia a ser debatida no plano das artes, das obras literárias locais e além fronteiras e as variantes da Língua Portuguesa. Se Sérgio Prosdócimo, do Gira Teatro, do Brasil trará o tema “Colóquio da Lusofonia: Desdobramentos na Arte”, Rosário Girão, da Universidade do Minho, terá palavras de “Homenagem a Henrique Senna Fernandes”. Enquanto que Cátia Candeias da Korsang di Melaka, em Malaca, apresentará “Malásia Papiá português em Malaca”, Ilyana Chalakova, da Universidade de Sófia, Bulgária, olhará para o papel das mulheres com a comunicação “Frente feminina: o colectivo e o (des)igual”.
Os colóquios da Lusofonia acontecem desde 2001, e no ano passado começaram a sua internacionalização tendo decorrido no Brasil, em Florianópolis, onde se estabeleceram como uma associação. Descritos com um movimento cultural e cívico, os colóquios pretendem debater amplamente, de forma científica, a língua portuguesa, comum a tantos países e regiões, mobilizando e representando a sociedade civil de todo o mundo.
Como escreve o presidente da Comissão Executiva, Chrys Chrystello, na declaração de princípios e objectivos, os “cerca de 240 milhões de lusofalantes constituem uma comunidade histórico-cultural capaz de estabelecer pontos e diálogos entre os diferentes povos, culturas e civilizações”.

 


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