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Mensagempor Maria de Portugal em Quarta Jul 16, 2008 3:38 pm

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Venezuela, Ucrânia e Croácia querem ser da CPLP

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JORGE FIEL

Comunidade.

Subitamente, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa tornou-se um clube muito requisitado. Há dois anos, a Guiné Equatorial e o Maurício entraram, com o estatuto de países associados. Este ano, será a vez do Senegal. Na lista de espera, estão países do Leste e América Latina

Português pode ser língua oficial na Guiné Equatorial

O Senegal vai tornar-se este mês o terceiro país adquirir o estatuto de observador associado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), mas a lista de espera é longa e inclui nações de geografias tão improváveis como o Leste europeu.

Ucrânia, Croácia e Venezuela já fizeram chegar o seu interesse ao 32 da Rua de São Caetano, à Lapa, em Lisboa , onde a CPLP está instalada num palacete novecentista cedido pelo Governo português.

Constituída há 12 anos, com sete países de língua oficial portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe), a CPLP alargou-se a oito, em 2002, com a adesão de Timor-Leste.

Em 2006, na Cimeira de Bissau, a comunidade aceitou os seus dois primeiros países associados: Maurício e Guiné Equatorial.

Maurício (país do Índico usualmente designado como Maurícias) é habitado por duas comunidades, uma de origem indiana e outra africana, originária de Moçambique, daí o interesse em participar na CPLP, com o actual estatuto de associado.

A Guiné Equatorial não descarta a hipótese de passar a ser o 9.º membro efectivo, depois de acrescentar o português às suas duas línguas oficiais; castelhano e francês.

Antiga colónia portuguesa, foi objecto, no século XVII, de um negócio com a Espanha, que. em privado, o Presidente da Guiné Equatorial faz questão de lamentar. Em troca, Portugal recebeu da Coroa espanhola um território na América do Sul que foi integrado no Brasil.

Na Cimeira de Lisboa, que terá lugar no Centro Cultural de Belém, nos próximos dias 25 e 26, será a vez da formalização da adesão do Senegal.

Mas na próxima cimeira de chefes de Estado, a realizar em Luanda em 2010, já deverá ser necessário pôr mais lugares à mesa.

"Temos sido abordados por diversos países que exprimiram informalmente o seu interesse em aproximarem-se e solicitar o estatuto de associados", reconheceu o embaixador Luís Fonseca, o diplomata de Cabo Verde que é secretário executivo da CPLP desde há quatro anos.

O embaixador escusou-se a nomear os país interessados, que são essencialmente de duas origens geográficas: Leste da Europa e América do Sul.

No continente sul-americano, a CPLP é atraente aos olhos de todos os países que fazem fronteira com o Brasil: Argentina, Bolívia, Colômbia, Guiana Francesa, Guyana, Paraguai, Suriname, Peru, Uruguai e Venezuela, em particular deste último onde existe uma forte comunidade portuguesa e o presidente Chávez se encontra em rota de colisão com o Governo de Madrid.

Ucrânia e Roménia são dois candidatos óbvios, devido aos laços que estreitaram com Portugal através de fluxos migratórios. Menos óbvio é o interesse croata.

O forte crescimento do Brasil e Angola ajuda a perceber esta explosão de interesse que a CPLP está a despertar em diversos cantos do Mundo.

Com o preço do barril do brent a roçar os 150 dólares, há muita gente a querer ser amiga de uma comunidade em que metade dos seus membros têm petróleo (Brasil, Angola, Timor e São Tomé).

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Re: Venezuela, Ucrânia e Croácia querem ser da CPLP

Mensagempor Maria de Portugal em Domingo Jul 20, 2008 4:06 pm

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CPLP dá passos para vir a ser uma espécie de CEE

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JORGE FIEL

Diplomacia. Os passos que estão na calha ainda são tímidos. Mas ao facilitar a circulação de estudantes e de bens culturais, no espaço da lusofonia, e ao acrescentar uma dimensão económica à cooperação, os países de língua portuguesa caminham para a criação de uma verdadeira comunidade

Cooperação vai ganhar dimensão económica

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) está a entrar naquela fase em que estava a Europa em 1951, quando foi criada a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (antecessora da CEE).

A VII Cimeira de chefes de Estado dos oito países de idioma oficial português, que decorrerá em Lisboa, na próxima sexta-feira, será o ponto de partida para o aprofundamento da cooperação, que será estendida ao campo económico.

"Como se diz em linguagem de rua, está na hora de dar gás ao motor e pôr a locomotiva a andar mais depressa", afirma Hélder Vaz Lopes, o guineense que ocupa o lugar de director-geral da CPLP.

Doze anos depois de ter sido criada em Portugal, a comunidade volta a Lisboa, onde tem a sede, para ganhar um novo fôlego.

A língua portuguesa será o tema central da cimeira, num debate que terá como base um estudo encomendado pelo Governo português ao filólogo Carlos Reis, da Universidade Aberta, que, entre outras coisas, avalia o valor económico de uma língua falada por 244 milhões de pessoas.

Mas espera-se também a aprovação de uma resolução que acrescente um quarto pilar (o económico) a uma cooperação que se tem desenrolado essencialmente em três âmbitos: técnico, político e da língua.

A nova dimensão da CPLP, como uma incipiente comunidade económica, poderá ser uma das mais importantes resoluções da cimeira.

"Sinto que a sociedade civil anseia por esta nova dimensão, que terá de começar com pequenos passos porque alguns dos Oito estão integrados em comunidades económicas regionais o que, no caso de Portugal, implica mesmo uma união monetária", afirma Hélder Vaz Lopes.

O director-geral sublinha no entanto que o secretariado executivo, dirigido pelo embaixador cabo-verdeano Luís Fonseca, apenas tem capacidade para propor e executar políticas - e não para as decidir.

Mas Hélder Vaz Lopes acredita na disponibilidade dos oito Estados para aprofundar a cooperação económica e empresarial - e contornar os obstáculos que a atrapalham. Revitalizar o Conselho Empresarial que funciona no âmbito da CPLP e que, nas palavras do director-geral, "está adormecido", será uma das tarefas para o dia a seguir à cimeira.

Depois de facilitar a circulação de estudantes no espaço lusófono, será agora a vez de a cimeira decidir remover taxas alfandegárias à circulação de bens culturais e de artistas.

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Re: Venezuela, Ucrânia e Croácia querem ser da CPLP

Mensagempor Maria de Portugal em Sábado Jul 26, 2008 12:01 am

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A liberdade de circulação continua uma miragem

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JOÃO PEDRO HENRIQUES

Lusofonia. Iniciaram-se ontem, em Lisboa, os trabalhos da VII Cimeira da CPLP.

Com os ministros a reunirem-se, sendo hoje a vez dos chefes de Estado. Portugal vai assumir a presidência. A livre circulação, de que se fala desde 1996, continua uma miragem. "Vai demorar", admitiu o MNE português, Luís Amado
Ainda não é desta que a livre circulação se impõe como prioridade no mundo onde se fala português. O assunto já se discute há mais de dez anos. Mas ontem, numa declaração aos jornalistas à margem da VII Cimeira da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), que se iniciou com uma reunião ministerial e hoje concluirá com uma de chefes de Estado, o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, avisou: "Vai demorar."

Assim, um português que quiser ir a Angola terá de continuar a pedir visto - mantendo-se o inverso igualmente verdade, com a correspondente via sacra burocrática, já para não falar dos custos. Numa comunidade em que os níveis nacionais de desenvolvimento são muito díspares - a esperança de vida em Portugal é mais do dobro da de Angola, por exemplo - todos os sonhos de transformar a comunidade lusófona em algo parecido com a UE esbarram no pesadelo da imigração ilegal.

Também o cabo-verdiano Luís Fonseca, secretário executivo cessante da CPLP - dará hoje lugar ao guineense Domingos Simões Pereira - reconheceu que pouco ou nada se avançou, em matéria de política de vistos (ou de supressão destes). "Esta questão exige tempo e, durante os meus mandatos, foram criados vários instrumentos de facilitação, a maior parte aprovados e ratificados pelos parlamentos nacionais, avançando ainda o projecto para a criação de um acordo de cooperação na área consular." E as dificuldades, explicou, prendem-se com o facto de as decisões na CPLP carecerem sempre de aprovação por unanimidade.

Ontem, o mais que se conseguiu foi um acordo "libertando" a circulação de bens culturais e um outro de assistência consular: doravante, um português que tenha problemas num país sem embaixada portuguesa poderá recorrer às embaixadas dos países da CPLP representadas nesses países. O mesmo se aplicará a todos os cidadãos do espaço lusófono. "Vamos também tentar harmonizar os direitos de cidadania no espaço lusófono e fomentar a concertação político-diplomática", disse Luís Amado. Hoje será formalizada a passagem do testemunho: a presidência da comunidade pela Guiné-Bissau, nos últimos dois anos, dará lugar à de Portugal (até 2010). Luís Amado passará a ser o chefe da diplomacia dos "oito".

Falando à Lusa antes de a cimeira se iniciar, Luís Amado explicou a prioridade da presidência portuguesa: promover a língua portuguesa, algo que, segundo acrescentou, "foi descurado" nos 12 anos de vida da comunidade. "O que Portugal pretende é dar um novo impulso e uma maior dinâmica para atingir os objectivos importantes que estão traçados para os próximos dois anos."

O Governo português anunciou há duas semanas ter criado um fundo de 30 milhões de euros com esse objectivo. Trata-se, por exemplo, de financiar a transformação do português em língua oficial em organismos internacionais, pagando os respectivos tradutores. Ontem as delegações da Comunidade de Países de Língua Portuguesa reconduziram a linguista Amélia Mingas - que muito se tem queixado da falta de meios - como directora do Instituto Internacional de Língua Portuguesa, sediado na Praia (Cabo Verde).

'Zédu' explica ausência

No Brasil, o Presidente Lula da Silva - que hoje estará em Lisboa - instou todos os países lusófonos a subscreverem o Acordo Ortográfico. Ainda se renderam a este apelo Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Timor-Leste.

A esse propósito, Angola disse, através de uma declaração do primeiro-ministro, Fernando Piedade dos Santos ("Nandó") à saída de uma audiência em Belém com Cavaco Silva, que o seu Governo "já aprovou" o Acordo, prevendo-se portanto que o desfecho do processo seja, "em princípio, favorável". "Nandó" aproveitou ainda para explicar a ausência da Cimeira do Presidente José Eduardo dos Santos ("Zédu"), que mandou uma mensagem ao Presidente da República português, Cavaco Silva, dizendo o "quanto gostaria" de estar presente. Segundo o primeiro-ministro angolano, a ausência justifica-se com o envolvimento do Presidente na preparação das eleições legislativas angolanas, marcadas para Setembro.

Ao nível dos chefes de Estado da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, o outro ausente será Armando Guebuza, de Moçambique, que invocou a sua agenda interna, nomeadamente as comemorações dos 40 anos da Frelimo.

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Re: Venezuela, Ucrânia e Croácia querem ser da CPLP

Mensagempor angel.rojo em Sábado Jul 26, 2008 8:40 am

Esta UE já deu o berro.

Alternativas precisam-se.


Se fôsse algo com futuro não era o menino Duroso a ser o chefão (?).
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Re: CPLP

Mensagempor Maria de Portugal em Quinta Out 02, 2008 1:22 pm

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VII Colóquio Anual da Lusofonia
Bragança


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Colóquio analisa interacção de português com crioulos

A relação de enriquecimento entre a língua portuguesa e os crioulos é o tema central do VII Colóquio Anual da Lusofonia, que decorre entre hoje e domingo em Bragança.

O colóquio vai dedicar especial atenção à influência dos crioulos na língua portuguesa e vice-versa, uma área que está «muito pouco estudada», disse à Lusa o presidente da comissão executiva deste encontro, Chrys Chrystello.

Na sessão de abertura participam membros da Academia de Ciências de Lisboa (Adriano Moreira, Malaca Casteleiro e Artur Anselmo), da Academia Brasileira de Letras (Evanildo Bechara) e da Academia Galega da Língua Portuguesa, além do embaixador de Cabo Verde em Lisboa (Arnaldo Andrade Ramos), do escritor e artista moçambicano João Craveirinha e de especialistas em crioulos como a professora Dulce Pereira.

O acordo ortográfico estabelecido entre os países lusófonos é outro assunto em destaque no colóquio, onde serão analisados algumas das implicações práticas da sua entrada em vigor.

«Só para dar um exemplo, o maior corrector ortográfico de língua portuguesa ainda não sabe quando terá uma nova versão que já contemple as alterações impostas pelo acordo ortográfico», salientou Chrys Chrystello.

Nos trabalhos do encontro destaca-se ainda uma análise sobre vários problemas relacionados com a tradução, nomeadamente o seu ensino, as inovações tecnológicas e as implicações do acordo ortográfico.

O programa inclui ainda homenagens a Vitorino Nemésio e ao Padre António Vieira, que, segundo o principal responsável pela organização do evento, \"são duas figuras muito importantes da língua portuguesa que estão muito esquecidas\".

Recitais de música e poesia, exposições, mostras de livros e sessões de autógrafos integram também o programa do colóquio, durante o qual será atribuído o II Prémio Literário da Lusofonia.

No final dos trabalhos os participantes no encontro seguem para Santiago de Compostela, onde participam, na próxima segunda-feira, no primeiro acto oficial da Academia Galega da Língua Portuguesa.

Lusa, 2008-10-02
In DTM

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Re: CPLP

Mensagempor Maria de Portugal em Domingo Out 05, 2008 11:14 am

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7.º Colóquio da Lusofonia
Bragança


Dicionário parado por falta de dinheiro

A segunda edição do Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da responsabilidade da Academia das Ciências, está parada «por falta de financiamento», adiantou Malaca Casteleiro, presidente da academia, que participou na abertura do 7.º Colóquio da Lusofonia, que decorre em Bragança até domingo.

O linguista disse ainda que a edição «está já muito avançada», mas que parou devido «a circunstâncias fortuitas, nomeadamente financeiras».

A situação também preocupa o presidente da comissão executiva do colóquio. Chris Christello lamenta que o Dicionário da Academia esteja «totalmente» parado. «Vamos tentar, com o colóquio, dar um empurrãozinho, porque temos aqui gente de boa vontade que não depende de burocracias para trabalhar», afirmou.

A nova edição já inclui a ortografia consoante o Acordo Ortográfico, que entra em vigor em Janeiro, no Brasil.

Glória Lopes in JN, 2008-10-03
In DTM

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Re: LUSOFONIA

Mensagempor Maria de Portugal em Terça Out 07, 2008 10:57 am

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Conclusão do 7º Colóquio da Lusofonia
Bragança


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Cidade transmontana poderá acolher Museu da Língua Portuguesa

O primeiro museu português da Língua Portuguesa poderá surgir em Bragança, segundo um repto lançado ontem no encerramento do Colóquio anual da Lusofonia que recolheu já apoios individuais e institucionais ligados à temática.

A ideia partiu do presidente da Câmara de Bragança, Jorge Nunes, que recebeu de imediata a disponibilidade do vice-presidente da Academia de Ciências de Lisboa para ajudar a instalar este espaço, que seria único em Portugal.

O autarca de Bragança quer aproveitar o balanço dos colóquios anuais da Lusofonia, que há sete anos reúnem na cidade transmontana representantes dos vários países lusófonos, para desenvolver o primeiro museu nacional da Língua Portuguesa. Jorge Nunes gostaria de ter em Bragança, um espaço idêntico ao que já existe em São Paulo, no Brasil, com a história e evolução da língua falada por 320 milhões de pessoas pelo mundo. \"Em Portugal não há um espaço museológico relacionado com a Língua Portuguesa e Bragança pode abraçar esse projecto, desde que conte com a colaboração de professores e instituições representativas nesta área\", disse à Lusa.

O vice-presidente da Academia de Ciências de Lisboa, Artur Anselmo, manifestou a disponibilidade deste organismo ajudar a instalar em Bragança o Museu da Língua Portuguesa, embora ressalvando a necessidade de contactos entre as partes para formalizar esta parceria. Artur Anselmo lembrou que a Academia portuguesa tem \"um espólio muito importante relacionado com a defesa da Língua Portuguesa, desde os fins do século XVIII até hoje\" que poderia disponibilizar para o novo museu. Para este académico, \"Bragança é o lugar ideal para a instalação deste espaço porque está na confluência de dois mundos fundamentais da Língua Portuguesa, Portugal e a Galiza\". Considerou ainda que o novo espaço terá que ser \"um museu vivo e o aspecto didáctico terá a maior importância para que interesse jovens e instituições de ensino\".

A ideia mereceu também o aplauso do linguista brasileiro Evanildo Bechara, presente no Colóquio da Lusofonia, que prometeu propor à Academia de Letras Brasileira, da qual é membro, o apoio ao museu português. O presidente da Câmara de Bragança gostaria de congregar as vontades necessárias, para que no próximo Colóquio da Lusofonia os participantes pudessem discutir o projecto e fazer a validação em termos científicos. Outro apoio com que o projecto conta, desde logo, é o da Academia Galega da Língua Portuguesa, que terá hoje, em Santiago de Compostela, o primeiro acto oficial, e que nasceu no seio dos colóquios da Lusofonia em Bragança.

Lusa, 2008-10-07
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Re: LUSOFONIA

Mensagempor Maria de Portugal em Sexta Out 10, 2008 11:12 am

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Apoiada pelo meio académico luso
Cultura


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Academia galega vai promover língua portuguesa

O movimento da Galiza que há anos defende que o galego deriva do português e não do castelhano deu, no início desta semana, um passo importante: inaugurou o organismo que irá liderar a defesa do reconhecimento do galego como parte do universo dos países que falam português, a Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP).

O acto decorreu em Santiago de Compostela e contou com o apoio de académicos portugueses e brasileiros. O Governo da Galiza também se fez representar e mostrou abertura e interesse em apoiar a causa.

O galego não deriva do castelhano. Foi “castelhanizado”. O galego deriva do português como a língua que se fala no Brasil ou na Angola. É o português da Galiza. Há anos que na Galiza um grupo de académicos, e não só, defende que o galego deve sofrer um processo de naturalização e regressar à matriz original: o português. “Queremos devolver ao galego o lugar que lhe corresponde, que é o de uma forma do português e não de um dialecto do castelhano”, explica Ângelo Cristóvão, presidente da Associação que está por trás da Academia Galega da Língua Portuguesa. O organismo foi inaugurado na passada segunda-feira, em Santiago de Compostela, e terá pela frente a missão de conseguir o reconhecimento académico e político dessa realidade, incluindo, assim, o galego no universo de lusofalantes. “Participar da lusofonia não põe em causa a soberania. Há que distinguir a política da língua e da cultura”, defende Ângelo Cristóvão, que utiliza a norma portuguesa na forma como escreve o seu nome (na versão castelhanizada seria Anxelo Cristovan).

A presença e discurso do representante do Governo Autónomo da Galiza na apresentação pública da Academia parece ser um bom presságio para o apoio político da causa. “Este Governo não pode dar-se ao luxo de deixar de comunicar com 223 milhões de pessoas [de lusofalantes]. Era ser cego para não ver esta riqueza”, disse, na inauguração, o secretário geral de relações internacionais da Junta da Galiza, Pérez Lema. Foi aplaudido de pé. A posição seria impensável “há poucos anos”, tendo havido, inclusivamente, lugar a perseguições aos que teimavam em ensinar “o galego de Portugal” e não a versão “castelhanizada”. Do lado português, o Instituto Camões (IC) fez-se representar pela delegação de Vigo, mas, para já, ainda não está definido qualquer apoio. “A nossa prioridade são as instituições públicas”, disse, o representante do IC, Samuel Rego. Não é o caso. A AGLP é um associação privada e nascida na sociedade civil, onde estão em maioria linguístas e filólogos, como o presidente Montero Santalha. Mas, se em termos políticos ainda há indefinição, do meio académico luso surge apoio. “Há muitos anos que defendo a reintegração do galego na língua portuguesa”, afirmou Malaca Casteleiro, da Academia das Ciências de Lisboa, acrescentando que “há vantagens para todos”. “O galego integra-se na terceira língua europeia mais falada no mundo e Portugal ganha mais três milhões de falantes”, frisou. Por sua vez, Evanildo Bechara, da Academia Brasileira de Letras, defendeu que não se deve falar em reintegração “porque em termos linguísticos, o galego nunca se separou do português”. O presidente da AGLP defendeu mesmo que, para sobreviver e se expandir, o galego precisa da “seiva vital do tronco comum [o português]”.

Simbolicamente, na cerimónia foi interpretada uma mistura dos hinos galego e português, uma composição inédita da autoria de Rudesindo Soutelo.

O acto, que contou também com a presença do escritor moçambicano João Craveirinha, foi também aproveitado para homenagear aqueles que iniciaram a defesa desta causa e lançar o primeiro número do boletim da AGLP.

Margarida Luzio, Semanário Transmontano, 2008-10-10
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Re: LUSOFONIA

Mensagempor GESITE em Terça Out 14, 2008 8:23 am

Sem poder militar.
Sem poder económico.
É o regresso ao 5º. Império do padre António Vieira, de Fernando Pessoa, de Agostinho da Silva.
É o Império do Espírito Santo.
É o Império dos Pardais.

Que assim seja.
GESITE
 
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