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  - 8º Colóquio da Lusofonia e I Prémio Literário da Lusofonia - BRAGANÇA 3-6 outubro 2007

organizamos desde 2001-2002 os colóquios da lusofonia

“O Português no século XXI, a variante brasileira.” 

 

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Quando em 2001 preparamos o início destes COLÓQUIOS ANUAIS da LUSOFONIA - sob a égide do nosso patrono EMBAIXADOR PROFESSOR DOUTOR JOSÉ AUGUSTO SEABRA - queríamos provar que era possível descentralizar a realização destes eventos e que era possível realizá-los sem sermos subsidiodependentes. O ponto de partida foi a descentralização da discussão da língua portuguesa e as problemáticas da língua portuguesa no mundo. De 2002 em diante os Colóquios têm-se realizado em Bragança devido à sua insularidade em termos culturais. Portugal, como toda a gente sabe, é um país macrocéfalo; existe Lisboa e o resto continua a ser paisagem. É muito raro os locais do interior, mais remotos, como Bragança, poderem ter acesso a debates de considerável importância sobre o futuro da língua. Por outro lado, estes colóquios já se afirmaram (sem custos para o Ministério da Cultura, Instituto Camões e outras entidades portuguesas) como a única realização regular, concreta e relevante em Portugal nos últimos cinco anos sobre esta temática. Os Colóquios são independentes de quaisquer forças políticas ou institucionais e asseguram essa sua “independência” através das inscrições dos participantes contando com o apoio, ao nível logístico, da autarquia que fez a sua aposta cultural na divulgação e realização deste importante evento anual. O certo é que em Bragança, fruto do seu isolamento ao longo de 400 anos – o IP4 chegou a Bragança há menos de 15 – se fala um idioma mais próximo do português correto do que aquele que se fala nas grandes urbes e que serve normalmente depois para padrão da língua portuguesa falada.

 

Estes Colóquios podem ser marginais em relação às grandes diretrizes aprovadas nos gabinetes de Lisboa, Brasília ou qualquer outra capital. A intenção destes colóquios é diferente, ao invés de conferências tradicionais em que as pessoas se reúnem e no final há uma acta cheia de boas intenções com as conclusões, estes colóquios visam aproveitar a experiência profissional e pessoal de cada um dentro da sua especialidade e dos temas que estão a ser debatidos, para que os restantes (oradores e participantes presenciais) possam depois partir para o terreno, para os seus locais de trabalho ou para suas casas e utilizarem instrumentos que já deram resultados noutras comunidades."

 

Pelo quinto ano consecutivo temos o apoio inequívoco da Câmara Municipal de Bragança. Igualmente se irão manter as atividades paralelas (de extremo sucesso em eventos anteriores)  como LANÇAMENTO DE LIVROS, RECITAIS DE MÚSICA, PEÇAS DE TEATRO, EXPOSIÇÕES DE FOTOGRAFIA, EXPOSIÇÕES DE PINTURA, FILMES E DOCUMENTÁRIOS, uma Mostra de Artesanato e uma Mostra de Livros, de artesãos transmontanos e autores portugueses (e de mirandês), numa demonstração da lata abrangência destes Colóquios.

 

Por outro lado, saliente-se o caráter independente dos Colóquios, as atividades paralelas que crescem de ano para ano, e a sua componente lúdica-cultural, os quais permitem, algo que não sucede em eventos deste tipo: a confraternização cordial, aberta, franca e informal entre oradores e presenciais, caraterizada por almoços e jantares de dezenas de pessoas e passeios [ao Parque Natural de Montesinho e Rio de Onor, à Cidadela, e a Miranda do Douro (desde 2006)] em que do convívio saíram reforçados os elos entre as pessoas, que se irão manter a nível pessoal e profissional. Todos os anos os participantes puderam trocar impressões, falar de projetos, partilhar ideias e metodologias, fazer conhecer as suas vivências e pontos de vista, alargando esta rede informal que são os Colóquios Anuais da Lusofonia. Em 2004 fizemos a campanha que ajudou a salvar o Ciberdúvidas, em 2005 assistimos ao lançamento do OBSERVATÓRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA e em 2006 foi a vez da ACADEMIA GALEGA DA LÍNGUA PORTUGUESA. Em 2007 assinala-se o início do Prémio Literário da Lusofonia de que falamos noutra página e é patrocinado pela Câmara Municipal de Bragança. Esta rede informal de colegas que partilham entre si ideias e metodologias agrega já mais de mil pessoas.

O tema central de 2007 é a Língua Portuguesa no século XXI: a variante brasileira rumo ao futuro.  O risco real da separação ou não. Unificação ou diversificação: esta a agenda para as próximas décadas. O Colóquio da Lusofonia 2007 irá debater a possibilidade de a variante brasileira se tornar numa língua própria e suas consequências, análise da situação, desenvolvimentos nos últimos anos, projetos e perspetivas presentes e futuras. Incluímos um tema especial este ano para celebrarmos o centenário do nascimento de Miguel Torga. Por último, (como é habitual todos os anos) debateremos os problemas da Tradução, instrumento para perpetuar a Língua Portuguesa e manter a sua criatividade nos quatro cantos do mundo.

Tema: “O Português no século XXI, a variante brasileira.”

CONVIDADOS DE HONRA: Professor Doutor Evanildo Bechara, Academia Brasileira de Letras e Professor Doutor João Malaca Casteleiro da Academia das Ciências de Lisboa

 

O tema central de 2007 é a Língua Portuguesa no século XXI: a variante brasileira.

Subordinado ao título Língua Portuguesa no século XXI: a variante brasileira rumo ao futuro.  O risco real da separação ou não. Unificação ou diversificação: esta a agenda para as próximas décadas, o Colóquio da Lusofonia 2007 irá debater o perigo de a variante brasileira se tornar numa língua própria e suas consequências, análise da situação, desenvolvimentos nos últimos anos, projetos e perspetivas presentes e futuras. Incluímos um segundo tema este ano em que celebraremos o centenário do nascimento de Miguel Torga. Por último, em debate estarão (como é habitual todos os anos) os problemas da Tradução, instrumento para perpetuar a Língua Portuguesa e manter a sua criatividade nos quatro cantos do mundo.

- Temas:

1. Língua Portuguesa no séc. XXI: a variante brasileira rumo ao futuro.

subtemas:

1.1. De variante a língua própria. Riscos reais duma separação das variantes. A agenda para as próximas décadas .

1.2. A situação da língua - na CPLP e noutros fóruns -  e a perspetiva do Brasil.

 1.3. O presente e o futuro da lusofonia: Europeia ou Sul-americana?  Vantagens e desvantagens. Análises comparativa e contrastiva.

1.4.- Literatura em língua portuguesa: devem traduzir-se as variantes?

1.5. - Para que serve um Acordo Ortográfico? ninguém o quer e ninguém o cumpre?

1.6. Outras propostas de reconhecido mérito científico não abrangidas pelos pontos 1.1 a 1.5

 2. Homenagem a Miguel Torga no centenário do seu nascimento

3. Tradução: Estudos de Tradução

subtemas:

3.1.  Tradutores ou Traidores?

3.2.  Novas metodologias de ensino

3.3. Perspetivas

Este ano FOI ATRIBUÍDO o I Prémio Literário da Lusofonia    

fotos em pdf. aqui e em fotos anteriores

***No dia 12 de Agosto de 1907 nasce, em S. Martinho de Anta, Adolfo Correia Rocha que se viria a inscrever no panorama cultural com o nome de Miguel Torga. Contista exímio, romancista, ensaísta, dramaturgo, autor de mais de 50 obras publicadas desde os 21 anos, estreou-se em 1928 com o volume de poesia Ansiedade. Também em poesia, publicou, entre outras obras, Rampa (1930), O Outro Livro de Job (1936), Lamentação (1943), Nihil Sibi (1948), Cântico do Homem (1950), Alguns Poemas Ibéricos (1952), Penas do Purgatório (1954) e Orfeu Rebelde (1958). Na ficção em prosa, escreveu Pão Ázimo (1931), Criação do Mundo. Os Dois Primeiros Dias (1937, obra de fundo autobiográfico, continuada em O Terceiro Dia da Criação do Mundo, 1938, O Quarto Dia da Criação do Mundo, 1939, O Quinto Dia da Criação do Mundo, 1974, e O Sexto Dia da Criação do Mundo, 1981), Bichos (1940), Contos da Montanha (1941), O Senhor Ventura (1943, romance), Novos Contos da Montanha (1944), Vindima (1945) e Fogo Preso (1976). É ainda autor de peças de teatro (Terra Firme e Mar, 1941; O Paraíso, 1949; e Sinfonia, poema dramático, 1947) de volumes de impressões de viagens (Portugal, 1950; Traço de União, 1955) e de um Diário em dezasseis volumes, publicado entre 1941 e 1994. recebeu os Prémios: Diário de Notícias (1969), o Prémio Internacional de Poesia (1977), o prémio Montaigne (1981), o prémio Camões (1989), o Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores (1992) e o Prémio da Crítica, consagrando a sua obra (1993).
Trás‑os‑Montes é, segundo Torga, um "Reino Maravilhoso" que todos podem ver, desde que "os olhos não percam a virgindade original diante da realidade e o coração, depois, não hesite" .Não é só neste texto que Torga confere importância à sua região natal e a recria. Há muitas outras produções nas quais o espaço transmontano se encontra presente. Trás‑os‑Montes, província natal do autor, foi elevada Por Torga à categoria de mito; cantada em muitos dos seus poemas, transfigurada em A Criação do Mundo, ilustrada pelos Contos e Novos Contos da Montanha, analisada no seu Diário. Esta região é ainda tema de dois textos eloquentes, um deles em conferências em São Paulo e no Rio de Janeiro, publicado em Traço de União, onde se encontra um dos aforismos torguianos – "o universal é o local sem paredes" –, e um outro texto, que figura no volume Portugal, cujo título se tomou toponímico para os Portugueses: "Um Reino Maravilhoso".Torga, nunca esqueceu a sua origem transmontana e humilde, de filho de gente do povo. Marcado pelas dificuldades que passou na infância e na adolescência e pela vida dura que via à sua volta, em grande parte das pessoas da sua região, serviu‑se da pena para lutar e defender os direitos e a melhoria das condições de vida do homem, chamando a atenção para o que de errado lhe parecia existir à sua volta, situando espacialmente muitas das suas criações na região transmontana. Adolfo Rocha cedo teve de deixar Trás‑os‑Montes. O precoce e forçado abandono da aldeia e da região natal deixou marcas profundas no seu espírito, sobretudo pelos motivos que estão na génese desse afastamento da sua terra: a carência de recursos económicos e a consequente falta de perspetivas de continuar os estudos. Estes dois fatores estiveram na origem do rumo que a sua vida tomou depois de fazer a instrução primária e que Torga tão bem transpôs para A Criação do Mundo – os dois primeiros dias

CONVIDADOS DE HONRA: Professor Doutor Evanildo Bechara, Academia Brasileira de Letras e Professor Doutor João Malaca Casteleiro da Academia das Ciências de Lisboa

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