DIFERENTES OLHARES SOBRE OS AÇORES: TERRA DE LÍDIA, DE MARIA ORRICO

 

CÉLIA CARMEN CORDEIRO

ESCOLA BÁSICA 2,3 DA MAIA

 

Sinopse

 

            Esta comunicação visa apresentar uma perspectiva diferente de olhar os Açores. Ao longo da sua história, este arquipélago tem sido descoberto de múltiplas formas, tendo como ponto de partida a observação e análise do seu espaço físico disperso pelo Atlântico através do estudo da sua fauna e flora. A par disso, o povo que habita esta região também tem sido alvo de pesquisa, no que diz respeito à sua forma peculiar de viver o dia-a-dia: as suas tradições e costumes, confinadas ao isolamento próprio de quem vive em ilhas.

                No entanto, desde as últimas décadas do século XX e até ao presente, verificamos que os Açores têm sido objecto de narrativas literárias, com o intuito de transmitir a ideia de que a par de uma viagem física, este arquipélago tem contribuído sobremaneira para a realização de diversas viagens de foro metafísico no interior de quem as visita; que se deslumbra com tudo o que vê, toca e sente profundamente no espaço ilhéu. Então, os Açores não são apenas descobertos fisicamente como também concorrem para os seus visitantes travarem a batalha da auto-descoberta, reencontrando a âncora perdida desde há muito nas suas vidas.

                O principal objectivo deste trabalho é demonstrar isto mesmo com a obra Terra de Lídia, de Maria Orrico. Neste “diário de viagem”, aprendemos a olhar as coisas da vida não só através do sentido da visão, mas essencialmente com os olhos da alma, a qual se fortalece a pouco e pouco aquando de um maior contacto com a natureza. Aqui se conclui que o Homem e a Natureza são complementares indissociáveis em todos os tempos e em todos os lugares do mundo, particularmente nos Açores.