No
Brasil, a mudança será bem menor: 0,45% das palavras terão a escrita alterada.
Mas apesar das mudanças ortográficas, serão conservadas as pronúncias típicas de
cada país.
O que muda.
As novas normas ortográficas farão com que os portugueses, por exemplo, deixem
de escrever "húmido" para escrever "úmido". Também desaparecem da língua
escrita, em Portugal, o "c" e o "p" nas palavras onde ele não é pronunciado,
como nas palavras "acção", "acto", "adopção", "baptismo", "óptimo" e "Egipto".
Mas também os brasileiros terão que se acostumar com algumas mudanças que, a
priori, parecem estranhas. As paroxítonas terminadas em "o" duplo, por exemplo,
não terão mais acento circunflexo. Ao invés de "abençôo", "enjôo" ou "vôo", os
brasileiros terão que escrever "abençoo", "enjoo" e "voo".
Também não se usará mais o acento circunflexo nas terceiras pessoas do plural do
presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos "crer", "dar", "ler", "ver" e
seus decorrentes, ficando correta a grafia "creem", "deem", "leem" e "veem".
O trema desaparece completamente. Estará correto escrever "linguiça",
"sequência", "frequência" e "quinquênio" ao invés de lingüiça, seqüência,
freqüência e qüinqüênio.
O alfabeto deixa de ter 23 letras para ter 26, com a incorporação do "k", do "w"
e do "y" e o acento deixará de ser usado para diferenciar "pára" (verbo) de
"para" (preposição).
Outras duas mudanças: criação de alguns casos de dupla grafia para fazer
diferenciação, como o uso do acento agudo na primeira pessoa do plural do
pretérito perfeito dos verbos da primeira conjugação, tais como "louvámos" em
oposição a "louvamos" e "amámos" em oposição a "amamos", além da eliminação do
acento agudo nos ditongos abertos "ei" e "oi" de palavras paroxítonas, como "assembléia",
"idéia", "heróica" e "jibóia".
Antônio Houaiss
A escrita padronizada para todos os usuários do português foi um estandarte de
Antônio Houaiss, um dos grandes homens de letras do Brasil contemporâneo,
falecido em março de 1999. O filólogo considerava importante que todos os países
lusófonos tivessem uma mesma ortografia. No seu livro "Sugestões para uma
política da língua", Antônio Houaiss defendia a essência de embasamentos comuns
na variedade do português falado no Brasil e em Portugal.
Fontes para comentar o assunto:
William Roberto Cereja – Mestre em Teoria Literária pela USP, Doutor em
Lingüística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (PUC-SP), Professor graduado em Português e Lingüística e
licenciado em Português pela Universidade de São Paulo (USP), Professor da rede
particular de ensino em São Paulo e Autor de obras
didáticas.
Marcia Paganini Cavéquia – Professora graduada em Português e Literaturas de
Língua Portuguesa; Inglês e Literaturas de Língua Inglesa pela Universidade
Estadual de Londrina (UEL), Pós-graduada em Metodologia da Ação Docente pela
UEL, Palestrante e consultora de escolas particulares e secretarias de educação
de diversos municípios e Autora de livros didáticos.
Cassia Garcia de Souza – Professora graduada em Português e Literaturas de
Língua Portuguesa pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), Pós-graduada em
Língua Portuguesa pela UEL, Palestrante e organizadora de cursos para
professores da rede de ensino, Assessora pedagógica e Autora de livros didáticos.
Fonte: www.comunique-se.com.br regressar página anterior