Aveiro |
T.
Mínima: 16ºC |
T.
Máxima: 20ºC |
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Beja |
T.
Mínima: 17ºC |
T.
Máxima: 22ºC |
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Bragança |
T.
Mínima: 11ºC |
T.
Máxima: 16ºC |
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Castelo Branco |
T.
Mínima: 16ºC |
T.
Máxima: 20ºC |
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Coimbra |
T.
Mínima: 17ºC |
T.
Máxima: 22ºC |
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Évora |
T.
Mínima: 17ºC |
T.
Máxima: 22ºC |
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Faro |
T.
Mínima: 20ºC |
T.
Máxima: 23ºC |
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Flores |
T.
Mínima: 19ºC |
T.
Máxima: 23ºC |
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Funchal |
T.
Mínima: 22ºC |
T.
Máxima: 24ºC |
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Horta |
T.
Mínima: 19ºC |
T.
Máxima: 23ºC |
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Lisboa |
T.
Mínima: 18ºC |
T.
Máxima: 22ºC |
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Ponta Delgada |
T.
Mínima: 19ºC |
T.
Máxima: 23ºC |
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Porto |
T.
Mínima: 17ºC |
T.
Máxima: 19ºC |
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Porto Santo |
T.
Mínima: 20ºC |
T.
Máxima: 24ºC |
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Viana do Castelo/Braga |
T.
Mínima: 16ºC |
T.
Máxima: 19ºC |
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Viseu |
T.
Mínima: 15ºC |
T.
Máxima: 17ºC |
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Notas para
o V Colóquio Anual da Lusofonia
Chrys
Chrystello
Quando em 2001 preparámos o início dos Colóquios Anuais
da Lusofonia – sob a égide do nosso patrono José Augusto
Seabra – queríamos provar que era possível
descentralizar a realização destes eventos e que era
possível realizá-los sem sermos subsídio-dependentes. O
ponto de partida foi a descentralização da discussão e
das problemáticas da língua portuguesa no mundo.
De 2002 em diante, os Colóquios têm-se realizado em
Bragança, graças ao apreciável apoio da câmara municipal
na sua aposta de combate à insularidade em termos
culturais. Portugal, como toda a gente sabe, é um país
macrocéfalo; cada ano que passa existe mais Lisboa e o
resto confina-se apenas a paisagem. É muito raro os
locais do interior, os mais remotos como Bragança,
poderem ter acesso a debates e muito menos duma forma
continuada a acontecimentos de considerável importância
sobre o futuro da língua. Com a saída de serviços vitais
à fixação de pessoas no interior, com a diminuição da
população escolar, a falta de atracções a nível de
emprego, com todos os poderes decisórios radicados em
Lisboa, cidades como Bragança estão por vezes mais perto
de Madrid do que de Lisboa. Tentando lutar contra essa
tendência, conseguiu-se que estes colóquios se tornassem
graças à nossa persistência na única iniciativa,
concreta e regular em Portugal nos últimos cinco anos
sobre esta temática
A intenção destes colóquios é diferente da maioria das
realizações congéneres. Continuam a caracterizar-se pela
sua completa independência de quaisquer forças políticas
ou institucionais e asseguram essa sua “independência”
através do simbólico pagamento das inscrições de
oradores e participantes presenciais, contando com o
importante apoio, ao nível logístico, da autarquia que
fez a sua aposta cultural na divulgação e realização
deste importante evento anual e a ela se associa na
componente lúdico-cultural. Essa sua independência e o
seu carácter não-subsidiado permite viabilizar a
participação de um leque alargado de oradores,
desassombrados, sem peias, sem temores nem medo de
represálias dos patrocinadores institucionais sejam eles
governos, universidades ou meros agentes económicos. Os
encontros e conferências de formato tradicional são
reuniões em que o final há uma acta cheia de boas
intenções com as conclusões. Os nossos colóquios que em
2002 inovaram e introduziram o hábito de entregar os CD
com as Actas no início das sessões, visam aproveitar a
experiência profissional e pessoal de cada um dentro da
sua especialidade e dos temas que estão a ser debatidos,
para que os restantes oradores possam depois partir para
o terreno, para os seus locais de trabalho e utilizarem
esses instrumentos que já deram resultados noutras
comunidades. Ou seja verifica-se a criação de uma rede
informal que permitiu um livre intercâmbio de
experiências e vivências, que se prolongou ao longo
destes cinco, muito para lá do colóquio em que
intervieram.
Estes Colóquios podem ser ainda marginais em relação às
grandes directrizes aprovadas nos gabinetes de Lisboa,
mas na prática têm servido para inúmeras pessoas
aplicarem as experiências doutros colegas à realidade do
seu quotidiano de trabalho com resultados surpreendentes
e bem acelerados como se acabou de ver na edição de
2005, com a campanha para salvar o Ciberdúvidas da
Língua Portuguesa e com o lançamento a nível oficial do
Observatório da Língua Portuguesa.
Pelo quinto ano consecutivo teremos o apoio inequívoco
da Câmara de Bragança que vai editar em livro as Actas
dos últimos Colóquios.
Este ano, igualmente se mantiveram a Mostra de
Artesanato e a Mostra de Livros, e pela primeira vez
teremos no seio dos Colóquios dois saraus Musicais. A
realidade da Lusofonia - tal qual a entendemos - não se
restringe à mera discussão linguística o que só vem
demonstrar a vitalidade e a – cada vez mais lata –
abrangência destes Colóquios. Por outro lado, a
componente lúdica e cultural destes Colóquios tem
permitido nos últimos anos, algo que não sucede em
eventos deste tipo: a confraternização cordial, aberta,
franca e informal entre oradores e presenciais. Nos anos
transactos tivemos sempre almoços entre participantes e
passeios culturais ao Parque Natural de Montesinho, Rio
de Onor e Cidadela. Este ano, para além disso, teremos
uma visita a Miranda do Douro onde seremos recebidos com
todas as honras das tradições locais. Deste convívio têm
saído reforçados os elos entre oradores e presenciais,
que se têm perpetuado a nível pessoal e profissional. As
pessoas conseguem dispor de mais tempo para trocarem
impressões, falarem de projectos, partilharem ideias e
metodologias, fazerem conhecer as suas vivências e
pontos de vista, alargando esta rede informal que são os
Colóquios Anuais da Lusofonia que neste momento já
movimentam cerca de duas mil pessoas através da sua
rede.
Nestes colóquios temos vindo a alertar para a
necessidade de sermos competitivos e exigentes. Sempre
afirmei que não podemos nem devemos esperar pelo Estado
ou pelo Governo e tomarmos a iniciativa em nossas mãos.
Assim como criamos estes Colóquios, também cada um de
nós pode criar a sua própria revolução, em casa com os
filhos, com os alunos, com os colegas e despertar para a
necessidade de manter viva a língua de todos nós. Sob o
perigo de soçobrarmos e passarmos a ser ainda mais
irrelevantes neste curto percurso terreno.
Urge pois apoiar uma verdadeira formação dos professores
da área, zelar pela dignificação da língua portuguesa
nos organismos nacionais e nos internacionais dotá-los
com um corpo de tradutores e intérpretes
profissionalmente eficazes. Jamais podemos esquecer que
a língua portuguesa mudou através dos tempos, e vai
continuar a mudar. A língua não é um fóssil. Também
hoje, a mudança está a acontecer. Nas comunidades PALOP
as novas gerações falam os dialectos locais e aprendem
inglês relegando o Português para níveis residuais,
porque poucos são os que têm orgulho de falar Português.
Portugal e Brasil continuam a valorizar o acessório e a
subestimar o essencial. O tão apregoado Acordo
Ortográfico, ao contrário do que muitos defendem tem uma
importância diminuta. Tal como em França se tem provado,
a língua não se faz por decreto mas sim por vontade
popular, é a mais democrática das armas, e é o povo quem
a domina. Devemos deixar que a língua siga o seu rumo
natural e seja cada vez mais viva em vez de a
amordaçarmos a Acordos Ortográficos. A língua não se
decreta! Todos nos entendemos mesmo com grafias
diferentes. A língua deve evoluir ao sabor de cada país
com palavras distintas, grafias e vivências diferentes.
Os portugueses e brasileiros não têm uma verdadeira
política da Língua, e não conjugam objectivos através
duma CPLP adormecida enquanto franceses e ingleses estão
bem activos. O actual impacto mundial da língua
portuguesa existe sobretudo por acção dos outros. A R.
P. da China prepara os seus melhores quadros para
dominarem a língua portuguesa e desta forma conquistarem
os mercados lusófonos. Irá depender sobretudo do esforço
brasileiro em liderar que a Lusofonia poderá avançar,
levando a reboque os países africanos ainda cheios de
complexos do colonizador Portugal. A língua portuguesa é
alimentada de forma diferente de acordo com as
realidades sociais, económicas, culturais dos países
onde está instituída, geograficamente distantes uns dos
outros. A Língua Portuguesa pode ser o veículo de
aproximação entre os países lusófonos e as comunidades
lusofalantes em todos os continentes. No entanto vivemos
de costas voltadas uns para os outros. Por motivos
políticos, por medo de invasões passadas e futuras,
crescemos ignorando o drama dos nossos irmãos
lusofalantes da Galiza.
Há 5 anos que sonho com este colóquio dedicado a este
tema tão especial. Desde o primeiro ano que temos tido
uma representação da Galiza em todos os Colóquios. Até
hoje, porém jamais os galegos se mostraram com forças
para aceitarem o desafio. Estou convencido de que serão
capazes de deixarem de olhar para o próprio umbigo e
pensarem no que é melhor para todos e participarem
construtivamente neste evento.
Apraz-me registar que pela primeira vez se conseguiram
reunir debaixo dum mesmo tecto, as correntes
intelectuais divergentes da Galiza, que também têm
passado os anos de costas voltadas uns para os outros,
sem conseguirem estabelecer uma união e convergência na
luta comum que é a preservação da língua de todos nós.
Para tal muito devemos ao incansável trabalho do Dr.
Ângelo Cristóvão membro dos Comités destes Colóquios e
presença habitual em colóquios anteriores. Resta-me
apelar aos presentes para que saibam escutar e debater
de forma tolerante as opiniões divergentes que aqui se
irão expor, na certeza de que só o compromisso, a
concertação e a união de esforços poderá levar ao
engrandecimento da grande pátria universal que é a
língua portuguesa, independentemente da nacionalidade
dos seus falantes, independentemente das suas convicções
políticas ou religiosas.
A terminar quero referir que este ano dentre meia
centena seleccionamos 27 oradores, o que é um número
recorde de participações desde sempre. Estão
representadas as seguintes Universidades: Corunha, Vigo,
Santiago de Compostela, Valhadolid, Salamanca, Coimbra,
Minho, Évora, Madeira, Açores, Ljubljana (Eslovénia),
Université Lumière Lyon (França), Università Degli Studi
Suor Orsola Benincasa, Nápoles (Itália), Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Brasil, Academia
Feminina de Letras do Rio Grande do Norte e as seguintes
Associações: MDL (Movimento de Defesa da Língua -
Galiza), Associação de Amizade Galiza-Portugal, AGAL,
Plataforma para a emissom das rádios e televisons
portuguesas na Galiza, Confraria Queirosiana e Arte
Tripharia (Galiza).
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