®25º colóquio da lusofonia Montalegre 21-26 abril 2016

TEMA 1 AUTORES E TEMAS LOCAIS

1.1.  AUTORES LOCAIS E OBRAS

1.2.  FALARES DO BARROSO

1.3.  DA HISTÓRIA DO POVOAMENTO AOS NOSSOS DIAS, DA MÚSICA À GASTRONOMIA, UMA IDENTIDADE BARROSENSE

1.4  BARROSO E AS SUAS SUPERSTIÇÕES

1.5. O ECOMUSEU DO BARROSO, DEZ ANOS DEPOIS

1.5. TERTÚLIA JOÃO ARAÚJO CORREIA*

1.6. ESCRITORES E A GUERRA CIVIL ESPANHOLA (BENTO DA CRUZ ** ENTRE OUTROS)

1.7. BOTICAS E A FESTA DE SÃO SEBASTIÃO

TEMA 2 LUSOFONIA E LÍNGUA PORTUGUESA

2.1. Língua Portuguesa  no mundo

2.2. Língua Portuguesa como língua científica. Vocabulários Científicos

2.3. Língua Portuguesa Língua de Identidade e Criação. A língua e a Galiza

2.3. Língua Portuguesa na Comunicação Social e no Ciberespaço

2.4. Língua Portuguesa, Lusofonia e diásporas

2.5. Língua Portuguesa, Ensino e currículos. Corpus da Lusofonia.        

2.6. Política da Língua

2.7. Lusofonia na arte e noutras ciências

2.8. Ortografia, Desafios, constrangimentos e projetos sobre a ortografia

2.9. Outros temas lusófonos

TEMA 3 Açorianidades (TEMAS PERMANENTES)

3.1.  Arquipélago da Escrita (Açores) - Literatura de matriz açoriana  -  Autores açorianos

3.2. Açorianos em Macau e em Timor – D. Arquimínio da Costa, D. Manuel Bernardo de Sousa Enes, D. João Paulino de Azevedo e Castro, D. José da Costa, Nunes e D. Paulo José Tavares, (bispos açorianos em Macau), Áureo da Costa Nunes de Castro, João Paulino de Azevedo e Castro, José Machado Lourenço, Silveira Machado, etc.

3.3. Revisitar a Literatura de Autores estrangeiros sobre os Açores, –por exemplo: · 

Ashe, Thomas / Haydn, Joseph (1813): History of the Azores, or Western Islands, containing an account of the Government, Laws, and Religion, the Manners, Ceremonies, and Character of the Inhabitants and demonstrating the importance of these valuable islands to the British Empire, illustrated by Maps and other engravings, London: Printed for Sherwood, Neely, and Jones.

· Bullar, Joseph / Henry (1841): A winter in the Azores: and a summer at the baths of the Furnas, vol. I, London: John van Voorst [vol. II com as mesmas referências bibliográficas].

· Henriques, Borges de F. (1867) : A trip to the Azores or Western Islands, Boston : Lee and Shepard.

· Orrico, Maria”Terra de Lídia",

· Petri, Romana "O Baleeiro dos Montes" e "Regresso à ilha",

· Tabucchi, Antonio, "Mulher de Porto Pim"

- Twain Mark (1899): The Innocents Abroad, Volume I, New York; London: Harper & Brothers Publishers. (capítulos sobre os Açores, Faial), CAP. V/VI

· Updike, John. “Azores”, Harper’s Magazine, March 1964, pp 11-37

TEMA 4 Tradutologia

4.1. Tradução de Literatura lusófona

4.2, tradução de e para português  

 

 

João Araújo Correia, médico na cidade da Régua e um dos grandes Mestres da Língua Por­tuguesa, que mereceu de Aquilino, outro brilhante cultor da Língua, estas expressivas e legítimas palavras: «Mestre de nós todos há cinquenta anos a lavrar nesta terra ingrata e ímproba seara branca do papel almaço, e somos velhos, gloriosos ou ingloriosos, pouco importa; mestre dos que vieram no intermezzo da arte literária com três dimensões para a arte literária sem gramática, sem sintaxe, sem bom senso, sem pés nem cabeça; e mestre para aqueles que terão de libertar-se da acrobacia insustentável e queiram construir obra séria e duradoura».

Publicou crónicas, contos e romances. Soube retratar como ninguém a região do Alto Douro, criando personagens típicos.

Considerado um dos mais exímios contistas contemporâneos - e, por isso, presença imprescindível nas antologias do conto contemporâneo -, a ficção de Aráujo Correia nutre-se de um realismo sem intuito pedagógico imediato ou intenção crítica, retratando, numa viva economia narrativa, uma galeria de personagens rústicas que surgem diante do leitor toscas, maníacas, egoístas, animadas pela manha, pela vaidade, pelo orgulho, pela ignorância. Sofreu influências de Júlio Dinis, Camilo Castelo Branco e Trindade Coelho. A sua obra, pertencente ao Realismo, soube aliar a prosa elegante ao regionalismo do século XIX, mormente o relacionado com a sua terra natal, Peso da Régua. Além de ficcionista, desenvolveu, nas páginas de publicações como Colóquio/Letras, O Comércio do Porto, Diário Ilustrado, Diário Popular, Jornal de Notícias, Nova Renascença, A Pátria, Portucale, Prometeu, entre outras, uma carreira como cronista, refletindo assiduamente, com humor e num estilo que integra a melhor prosa vernácula, sobre questões ligadas à cultura e língua portuguesas. Destacam-se na sua vasta produção de contos, novelas, crónicas, ensaios e discursos: Contos Bárbaros, Contos Durienses, Folhas de Xisto (contos), Os melhores Contos de João de A. Correia, Outro Mundo, O Elemento Água na Sabedoria Popular, Enfermaria do Idioma, Uma Sombra Picada das Bexigas (notas camilianas) e Camilo à Beira do Lima (conferência).

 

 

** Bento da Cruz,

 (Bento Gonçalves da Cruz), filho de Manuel Gonçalves da Cruz e Maria Alves, nasceu em Peirezes, freguesia de S. Vicente da Chã, Montalegre, a 22 de Fevereiro de 1925. A miséria e as dificuldades que então viu no povo do seu tempo irão marcar profundamente toda a sua obra. Assim, depois de concluir os primeiros estudos, ingressou a 16 de Outubro de 1940, na Escola Claustral de Singeverga, dirigida por monges Beneditinos, disposto a seguir a vida religiosa. Entrou no noviciado em 1945. Porém, terminado este, decidiu abandonar a ordem em 1946,

Dois anos depois matriculou-se na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Concluída a formatura, abriu consultório de clínica geral em Souselas, no concelho de Coimbra, em 1955. Pouco depois, em 1956, estabeleceu-se no Barroso, praticando clínica geral e estomatologia. Teve consultório na aldeia de Pisões, onde se empreendia a construção de uma das maiores albufeiras do País, a Barragem do Alto Rabagão (concluída em 1964), hoje «Empreendimento Hidroelétrico do Alto Rabagão».

Como Médico percorreu toda a região de Barroso. Fica conhecido pelo serviço aos pobres a quem não levava dinheiro e até oferecia os medicamentos. Existe um vasto leque de testemunhos de como, naquela terra isolada, curou e salvou inúmeras vidas. Em 1971 fixa-se no Porto, e onde exerceu medicina até se reformar. Depois do 25 de Abril de 1974, funda o jornal «Correio do Planalto». Bento da Cruz nunca se desligou da aldeia e do mundo rural em que nasceu. Nela se inspira e escreve. Os muito famosos «Prolegómenos», crónicas que mantém no seu Jornal ( das quais resultaram duas obras com esse título), abordam na sua maioria temáticas rurais e histórias de antanho. Foi nomeado Patrono da Escola Secundária de Montalegre onde lhe foi dedicado um busto. Bento da Cruz é, sem dúvida, um dos maiores escritores Transmontanos de todos os tempos. Faleceu na sua casa do Porto a 25 de Agosto de 2015 e será sepultado na sua aldeia de Peirezes da Chá no dia 27. [1] . [2] [3]

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